sábado, 22 de agosto de 2009

CRITIQUE, PARTICIPE, melhore o Brasil!

Pessoal, um de nossos professores, fez um comentário que 'estou gostando desta turma' (porque nossa turma estava participantiva com apartes, perguntas e críticas ao sistema público, durante sua aula). Depois este mestre explicou o porquê:
Recentemente, a UnB (onde ele dava aula, antes de ser servidor federal) fez um artigo sobre CRITICIDADE. O 'inconformismo' sadio, o mínimo que você exige como cidadão, perante seus direitos. Dizia o professor que este artigo falava sobre o ALUNO CRÍTICO, o aluno participativo, menos passivo, que deve ser o aluno atual. E que é muito chato o professor vir, falar, escrever, mostrar slides e o aluno se limitar a copiar. Elogiado é o aluno que até pode estabelecer um contraponto, discordando em algum ponto, ou tecer críticas sobre como isto repercute no País, ou ainda sugerir e questionar métodos utilizados, sem a devida personificação da clientela - claro que tudo dentro do bom senso e com conhecimento de causa. A isto, o professor chama de CRITICIDADE. E explicou que a crítica construtiva é algo muito salutar, até porque para fazer uma crítica interessante, sensata, você tem que entender o histórico da coisa, conhecer o assunto mais a fundo.
Pois é, meu espírito é burilado com isto, eu lembro que desde meus 14 anos, eu gostava de ir ver os comícios políticos, em praças, pelo DF e aos 19 anos, fiz minha primeira participação como cidadão reivindicante, ao ver que meu ônibus não parava no meu ponto, por pura preguiça, numa carta dirigida ao DMTU, que surtiu um efeito positivo. Ao ver um concurso do MPOG pagando R$ 2,6 mil para uma ANALISTA superior, enquanto um Analista do MDIC ou GDF paga R$ 7 mil, acho que é aí que devo exercer minha criticidade, enviando, por exemplo, um email ao MPOG, perguntando o porquê desta discrminação! Ou por exemplo, se eu observo que no setor de autarquias, na pista dos anexos dos ministérios há 2 faixas meio apagadas, cujos motoristas não respeitam, a gente as atravessa meio que na aventura, e eu em apenas 2 semanas, já vi cantadas de pneu de veículos perante a faixa, quase atropelando cidadão, acho que devemos exercer esta CRITICIDADE, sim, enviando um email, telefonando ao Detran, registrando este problema na coluna "Fala Cidadão" do Correio Braziliense e por aí vai...
Acho que por isso que a UnB está anos luz à frente de outras entidades de ensino, ela defende a interação social do cidadão, seja na sua votação para reitor, como fomentador de discussões perante a sociedade, como crítico/cidadão das atividades do governo, etc. Então, para quem eventualmente me acha meio sistemático, ou crítico, eu diria que estes sistemáticos ou críticos é que tornam a vida melhor para todos nós (seja através da disparidade salarial numa carreira, seja através de uma faixa de pedestres não respeitada), como cidadãos usuários, pagantes e eleitores das autoridades deste País.
Porventura não foi esta criticidade da sociedade que levou a sensíveis melhoras em portais de transparência (como os sites da prefeitura de SP e do Senado) com lotação de pessoal e gastos de algumas prefeituras, a criação de organismos de fiscalização e ética como CGU, AGU? E quanto a coisa tem melhorado...Quem não se lembra do Lula, em sua campanha eleitoral, contando a história do dedão amputado, na máquina de prensar? Segundo ele, de madrugada, foi ao hospital, o médico achou mais simples e menos trabalhoso, simplesmente amputador o dedo, do que operar devidamente. Hoje em dia, isto não é tão tolerado, se você não tem vaga numa maternidade, se você é mal atendido, você pode processar ou denunciar o médico ou o hospital...Isto significa evolução pela CRITICIDADE. :-)