segunda-feira, 23 de maio de 2011

Lidando com as diferenças (uma crônica séria e bem humorada)

O animal selvagem, criado nas matas e florestas sabe se virar melhor, é mais safo, por desde cedo, ter que caçar, sobreviver e ainda reproduzir, dando sequência à espécie. Um animal criado em um jardim zoológico, se solto, pode até morrer, por não ter a mesma capacidade.

O Japão e China são exemplos de países desenvolvidos, de vasta culinária, desde macarrão a grilos e ratinhos torrados. Ambos foram devastados na grande guerra e tiveram que se soerguerem, ou ainda, passaram por um período de fome radical.

Um aluno de uma universidade pública, também sabe se virar muito mais que um aluno de escola particular (e conto isto por diálogo ouvido de próprios docentes e discentes de tais entidades), visto que por exemplo, os professores públicos por terem estabilidade, não “mastigam” tanto a matéria, quanto os particulares, uma vezes que estes dependem também da clientela, e não raro passam uma matéria por slide, e-mail ou outro recurso que os alunos solicitam. Já aqueles, precisam escarafunchar bibliotecas, traduzir livros, diretórios acadêmicos, e se tornam um aluno muito mais completo que o oriundo de faculdades particulares.

É o sistema, não há como lutar, apenas se adequar a ele.

Pois bem, ouvia eu uma piada no rádio sobre o Palocci, no restaurante:
- Me dá uma fukita e uma foda limonada!

Pois lhes digo que várias vezes, sendo um adepto da tribo dos língua-presa, me vi nesta situação. Mas acabei (lembram-se? Se você tem mais problemas, aprende a lidar com eles) achando uma alternativa “Que refrigerante de limão você tem aí”? Ou “que refrigerante de laranja”? - aí o garçom diz que tem Fanta ou Sukita. Mas há ocasiões que não tem jeito, como procurar SAL no mercado. Açúcar, ainda encontrei uma solução, ao completar com marca ou característica “Onde acho açúcar REFINADO, açúcar União?”. Pois se falar só “açúcar”, nem preciso dizer que o funcionário dificilmente vai me entender.

Mas..como proceder, quando você se depara com alguém gago, fanho, tartamudo ou língua-presa? A melhor forma é agir naturalmente. Nada de franzir a testa, e soltar um “Hã!?”, apenas diga “Pode repetir?” Se a pessoa repete e não é entendida, apenas diga “Quer escrever”? A melhor forma de tratar as “diferenças”, é tratá-las por igual.

Para os portadores de diferenças (ninguém tem o nariz, o seio, a altura, o corpo, a voz, o cabelo, o dinheiro que quer), o grande barato é saber aceitar isto da melhor forma. Como disse a Regina Casé certa vez “O barato do mundo é que as pessoas são diferentes, se fossem iguais, seria um porre!”

terça-feira, 17 de maio de 2011

O LIVRO DO MEC, A PROFESSORA E A GRAMÁTICA...

O país não fala em outra coisa, que não seja o livro do MEC adotado, com tiragem de 485.000 exemplares, onde uma professora escreve “Os livro foi emprestado à biblioteca”, onde diz que o indicativo do pronome substantivo “Os” já indica o plural do livro, e o restante, não estaria inadequado - termo usado pela escritora, em sua defesa, ínsita no livro.

O grande problema, como se comentou na Band News, é que esta Sra. Faturou R$ 700.000 pela vendagem do livro, e segundo escritores experientes, um livro nunca sai como mais de 50.000 ou 100.000 exemplares na 1a. Edição (e isto,quando são escritores consagrados, como Paulo Coelho). Questionam sobre o fato de um livro já ser impresso com 500.000 exemplares e contendo tal idiossincrasia. E, também como se comentou no Bom dia Brasil, no Japão, Cingapura, países desenvolvidos, o ensino é formal, a gramática que se aprende ali, é formal, conservadora, e ambos países crescem à taxa de 10% do PIB, anualmente. Até porque, lembram os críticos, se você não usar a linguagem formal numa entrevista, em um concurso ou vestibular, você está drasticamente cortado da seleção.

Na UnB, quem estuda letras tem uma formação mais literária, e menos gramática, e conta-se que lá (quando digo 'conta-se', é o que eu escuto de colegas linguistas, professores ou alunos de curso) há um certo digladiamento entre a LINGUÍSTICA x GRAMÁTICA, esta segunda, formal, rígida e seguidora do padrão culto da norma brasileira, a primeira, mais artística e conivente com os regionalismos, folclore e as falas regionais.

Pois bem, considerando-se a semântica, o 'sinal' da palavra, o significado da língua, “Os livro foi emprestado à biblioteca”, não está errado, porém do ponto de vista da gramática, da sintaxe, está totalmente errado. O problema é que ESTA PROFESSORA NÃO PODE ENSINAR ISTO A CRIANÇAS QUE ESTÃO SENDO ALFABETIZADAS, ENSINO FUNDAMENTAL, uma abstração destas,que somente pessoas mais maduras e estudadas, entenderiam. É algo que a gente vem aprender, tão somente, quando faz Letras numa faculdade, ou algum curso de especialização. Eu já citei um exemplo, mês passado que o CESPE, em certo concurso, arguiu, numa prova “EU QUERER BEBER ÁGUA” está semanticamente correto, considerando-se os aspectos da língua portuguesa, e meio mundo errou. Todos recursos indeferidos, afinal, se foi possível entender-se o significado (alguém quer beber água) , SEMANTICAMENTE, a frase está correta (pode não estar gramaticalmente). O que não está correto é a escritora não explicar, claramente, que para os padrões formais, a construção sem a devida concordância está totalmente errada, e que uma coisa é a língua falada, outra, é a língua escrita, onde não se admite erros.