quinta-feira, 23 de julho de 2009

Fora, Sarney! Pede pra sair!

Ainda reina – nestes tempos modernos e gerenciais – no Brasil uma figura de coronelismo arcaico e permanente, como já o disse a jornalista Lúcia Hipólito. Não bastasse o “loteamento” do Maranhão o Sr. Sarney também já loteou boa parte do Senado, como parlamentar e presidente da Casa.

A transcrição de conversa telefônica envolvendo seu filho, neto e o próprio parlamentar, ajeitando um empreguinho para o namorado da neta, deixa claro a intimidade entre o ex-Presidente e o Sr. Agaciel, sendo por si só, como defende o Senador Cristóvam, motivo para não apenas afastamento, mas cassação da figura política, por quebra de decoro, ao mentir tal ligação. Como disse a Lúcia “a corrupção e mordomia passa literalmente de pai, para filho, para neto”, no caso deste Senhor feudal legislativo!

Em 22 anos de vida pública, alcancei pelo menos 6 presidentes diferentes – Figueiredo, Sarney, Itamar, Fernando Collor, Fernando Henrique e Lula. Como cidadão e servidor público, lhes digo que sem dúvida, onde vi menos corrupção e melhor atividade social, foi no governo Lula. Entretanto, é decepcionante, para mim, saber que o Lula declarou que “O MPU investigue com seriedade as denúncias de corrupção, mas não apenas pensando na biografia do investigador, e sim, vendo também a biografia do investigado”. Trocando em miúdos “Não se esqueçam que Sarney é Presidente do Senado, ex-Presidente e Senador”. E, para quem não sabe, os articulistas políticos explicam: basicamente, contando com o apoio do PMDB, onde o Sr. Sarney manda, o Lula consegue eleger seu candidato, se este for a Dilma, por exemplo. Então, obviamente que o Sr. Sarney longe do congresso enfraquece politicamente o Lula.

Terminando, eis minha impressão pessoal: O Sr. Sarney, desde quando sou servidor, mostrou-se como uma das presidências mais corruptas que já vi. Recentemente, quando repórteres do CQC foram entrevista-lo, ao descer de sua limusine legislativa, ladeado por inúmeros seguranças, ele já foi dizendo “ele não vai falar, ele não vai falar”. E, de fato, seu segurança empurrou e afastou o jornalista. Como as câmeras apenas focalizam da cintura para cima, utilizou de artifícios baixos, chutando a canela do repórter do CQC, que inclusive registrou formalmente perante a justiça, a agressão, abrindo processo. Ora, o Sr. Sarney não querer falar, é uma coisa, agora dizer que determinado jornalista “não vai falar”, é outra muito mais grave.

Urge que a sociedade se manifeste, faça passeatas, pressione as autoridades deste país, para que se não cassado, pelo menos afastado seja, esta mancha na historio brasileira. Movimentos como o da Rede TV “Vote em nossa página on line se você é a favor ou contra a permanência de Sarney no Senado”, são legítimos e sadios. Em tempos de maior transparência com órgãos inovadores como CGU, AGU, com portais de transparência na Internet, é inconcebível que se permita que o ranço sarneizista continue a reinar, impune!

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