terça-feira, 17 de maio de 2011

O LIVRO DO MEC, A PROFESSORA E A GRAMÁTICA...

O país não fala em outra coisa, que não seja o livro do MEC adotado, com tiragem de 485.000 exemplares, onde uma professora escreve “Os livro foi emprestado à biblioteca”, onde diz que o indicativo do pronome substantivo “Os” já indica o plural do livro, e o restante, não estaria inadequado - termo usado pela escritora, em sua defesa, ínsita no livro.

O grande problema, como se comentou na Band News, é que esta Sra. Faturou R$ 700.000 pela vendagem do livro, e segundo escritores experientes, um livro nunca sai como mais de 50.000 ou 100.000 exemplares na 1a. Edição (e isto,quando são escritores consagrados, como Paulo Coelho). Questionam sobre o fato de um livro já ser impresso com 500.000 exemplares e contendo tal idiossincrasia. E, também como se comentou no Bom dia Brasil, no Japão, Cingapura, países desenvolvidos, o ensino é formal, a gramática que se aprende ali, é formal, conservadora, e ambos países crescem à taxa de 10% do PIB, anualmente. Até porque, lembram os críticos, se você não usar a linguagem formal numa entrevista, em um concurso ou vestibular, você está drasticamente cortado da seleção.

Na UnB, quem estuda letras tem uma formação mais literária, e menos gramática, e conta-se que lá (quando digo 'conta-se', é o que eu escuto de colegas linguistas, professores ou alunos de curso) há um certo digladiamento entre a LINGUÍSTICA x GRAMÁTICA, esta segunda, formal, rígida e seguidora do padrão culto da norma brasileira, a primeira, mais artística e conivente com os regionalismos, folclore e as falas regionais.

Pois bem, considerando-se a semântica, o 'sinal' da palavra, o significado da língua, “Os livro foi emprestado à biblioteca”, não está errado, porém do ponto de vista da gramática, da sintaxe, está totalmente errado. O problema é que ESTA PROFESSORA NÃO PODE ENSINAR ISTO A CRIANÇAS QUE ESTÃO SENDO ALFABETIZADAS, ENSINO FUNDAMENTAL, uma abstração destas,que somente pessoas mais maduras e estudadas, entenderiam. É algo que a gente vem aprender, tão somente, quando faz Letras numa faculdade, ou algum curso de especialização. Eu já citei um exemplo, mês passado que o CESPE, em certo concurso, arguiu, numa prova “EU QUERER BEBER ÁGUA” está semanticamente correto, considerando-se os aspectos da língua portuguesa, e meio mundo errou. Todos recursos indeferidos, afinal, se foi possível entender-se o significado (alguém quer beber água) , SEMANTICAMENTE, a frase está correta (pode não estar gramaticalmente). O que não está correto é a escritora não explicar, claramente, que para os padrões formais, a construção sem a devida concordância está totalmente errada, e que uma coisa é a língua falada, outra, é a língua escrita, onde não se admite erros.

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