segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Entendendo a anatomia da criminidade (por Vlad Araujo)

Entendo-lhe as vicissitudes, deformidade de caráter, entendo. Imagine-se nascendo quase miserável, em uma favela, onde sua condição e sua cor são motivos de discriminação por parte de quase todos, fora deste reduto. Agora, imagine-se em um shopping, olhado de perto por seguranças, e imagine que alguns destes lhe pedem para se retirar... imagine-se que mais adiante você vê garotos abastados, com tênis de marca, ou playboys que andam de BMW e buzinam para a loura que passa na calçada e lhes sorri, quando você na pele deste imaginado, olha para uma garota qualquer e esta entorta o pescoço, dá um muchocho e faz aquele o lhar aborrecido de "o que é que foi, hein?" Pois é...assim - muitas vezes - nasceu um criminoso. E se a sociedade não o olhou de várias formas, passa a olhar, quando o ser passa a destilar o que sempre recebeu da sociedade - violência (mesmo que seja a violência silenciosa, como estes exemplos acima). E muitas vezes, um destes seres mal afortunados anda em sua humilde bicicleta, vem o carro importado do magnata e o atropela..e como não se bastasse, um advogado, ex-ministro da justiça, vem e consegue tanto arquivar o processo, como a devolução da carteira de habilitação deste magnata infrator, apenas por este motorista ser filho de um bilionário, respectivamente, Márcio Thomas Bastos, Thor Batista e Eike Batista. Esta é a anatomia e crescimento de muitos dos bandidos que andam por aí, como aquele personagem de "Cidade de Deus", que antes de ser fotógrafo,viveu em si a dualidade de que lado penderia da balança. "Andar descalço, sem ter que pisar no chão" é difícil, muito difícil!

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