sábado, 30 de novembro de 2013

"EU VOU BOTAR A FILA PRA ANDAR" (abr/2011 - por Vlad Araújo, publicação no blog www.vladdf.blogspot.com.br)

De anos para cá, as pessoas batem no peito para dizer " a fila anda", como se isto fosse uma virtude, e não um defeito. Há também outros dizeres "Homem/mulher é como biscoito, vai um, vem oito", "Minha vida afetiva é um monólogo, mas com participações especiais!", “Solteira(o) sim, sozinha(o) nunca!”. Será que, sobretudo a mulher, quando diz isto, não vê que está se vulgarizando, que é como se dissesse: "Ah, não fico sem ninguém, não sei ficar só, sou danada mesmo!" ??? Oras, de certo que há pessoas falsas, mentirosas, frias, que de fato não merecem nosso luto afetivo. Mas pensemos pelo outro lado: porventura os namoros infrutíferos não o são justamente porque as pessoas não têm namorado por gostar, por sentir, mas somente porque "a fila andou". Às vezes, é necessário malhar o coração...assim como quando você malha numa academia e descansa um grupo de músculos, e no outro dia, malha outro grupo distinto, dando repouso ao grupo de músculos malhados, assim também é a malhação do amor...ela requer um repouso, entre um "fitness afetivo” e outro. Sobre pena de entrarmos em "overtraining" do amor. Oras... e porque não "colocar a fila para andar", sempre? Pois bem, quem disse que vivemos apenas para prazer e alegrias? As pessoas precisam também se recolherem, meditarem, sofrerem, pois há "prazer" nisto. Não me tenham por sádico, não, explico: quando você vê um filme romântico, um drama, ouve uma música, e se emociona, e se compadece, ou chega a chorar, aquilo não esvazia sua alma carregada? Estas lágrimas sejam físicas ou interiores não te deixam mais leve, depurado? Ou mesmo, quando se ajoelha perante Deus, ora e se compadece e se liga com ele? Pois é...raramente aprendemos algo nos arrabaldes da alegria, mas sempre aprendemos na dor. Então, pessoas (e eu também, risos, pois não vou me intitular um 'santo'), antes de pensarem somente em "colocar a fila para andar", pensem também em "colocar a mente para pensar e perdoar". Afinal, brigar você briga até com Deus, com seus pais, seu filho,amigos, julgue as pessoas pelo atacado,não pelo varejo. Discutiu,debateu, explodiu, tudo bem...naquele momento, apenas, não precisa ser um hiato eterno. Quando penso em "botar a fila para andar", me vem à cabeça aquele filme de Charles Chaplin, chamado TEMPOS MODERNOS, onde ele faz uma crítica à industrialização e mostra setores do departamento de uma fábrica onde um grupo aperta parafusos, outro aperta as porcas etc, montando o circuito em série... Mas uma hora - assim como na película do mestre Charles Chaplin - lembremos: o parafuso espana, a porca fica gasta e as roldanas da engrenagem empenam!

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